Os filmes chegavam a Porto Alegre até a década de 1940 de navios que vinham do Rio de Janeiro, depois de avião, via Varig ou Panair.
Os filmes vinham no compartimento de bagagens em latas metálicas cilíndricas medindo uns 30 cm de altura por uns 40 cm de diâmetro (lata deitada). Cada uma dessas latas possuía no seu interior várias bobinas, cada uma delas com um trecho do filme. Ver imagem abaixo que mostra um tipo dessas latas (com 8 faces). Outras latas eram completamente cilíndricas, não tendo faces como as indicadas abaixo. Do aeroporto, porto, estação rodoviária, as latas eram transportadas por um adulto até o cinema por carrinho de mão visto que o cinema ficava perto (2 quadras) da estação rodoviária.
Nota: Esse mesmo filme, que vinha dentro de 3 ou 4 latas, iria ser formatado de tal maneira que poderia caber em um simples disco de 12 cm de diâmetro (os nossos conhecidos DVDs) para ser visto em um televisor (ou monitor de computador) dentro de nossas casas.
Nota: Esse mesmo filme, que vinha dentro de 3 ou 4 latas, iria ser formatado de tal maneira que poderia caber em um simples disco de 12 cm de diâmetro (os nossos conhecidos DVDs) para ser visto em um televisor (ou monitor de computador) dentro de nossas casas.
Latas de transporte de filmes |
Antes do inicio dos filmes, enquanto os assistentes iam chegando, era ouvida música em baixa altura, geralmente orquestral. Entre as que tocavam, Noites Nos Jardins da Espanha e Fumaça em Teus Olhos (Smoke Gets in Your Eyes).
O som do grande gongo tocava, era o início.
A cortina em frente à tela era composta por duas partes. Havia um momento em que tocava-se música bem conhecida (que era o timbre musical) indicativo do inicio da sessão. Então retraiam-se as cortinas e as luzes eram apagadas paulatinamente.
As sessões eram iniciadas por um jornal de notícias (noticiário). Pelo que me consta, o mais conhecido, o Atualidades Francesas, já era apresentado nesse prédio de madeira e continuou depois no prédio novo.
Geralmente a sequência de filmes em uma sessão era a seguinte:
1) um jornal de noticias,
2) um desenho (Pato Donald, Tom e Jerry, etc.),
3) um ou mais "trailers" de filmes e
4) o filme do dia.
As vezes, passava um filme de curta-metragem (um "short", como se chamava) entre a sequência 3 e 4. Quando o filme arrebentava durante a sessão, as lâmpadas se acendiam e fazia-se um intervalo (5 a 10 minutos) até o projetista recortar, colar e rebobinar o filme. Nessas ocasiões, os fumantes aproveitavam para sair e fumar no saguão; os "baleiros" apareciam vendendo balas de goma ou as conhecidas "azedinhas" da Neugebauer, chocolates, etc. Esses baleiros vendiam também os populares "cartuchos" (amendoins com cobertura de um caldo açucarado, colocado dentro de um funil de papel, ás vezes, feito de jornal). Não me recordo se nesse cinema havia sanitário ("toilete"). Eventualmente, se alguém fumava durante a sessão, era "solicitado" pelos proprietários a apagar o cigarro. Sempre tinha algum "gaiato" para denunciar o fumante ou então soltar uma "piadinha" durante a sessão. As vezes, quando faltava luz na cidade e essa demorava a voltar, alguém da direção vinha com uma lanterna para orientar as pessoas a sairem da sala. No meio da semana à noite, passava muito filme de faroeste (ver abaixo), e nos fim-de-semana, os filmes eram geralmente dramas ou comédias nacionais que faziam grande sucesso.
Nas matinés dos domingos o cinema ficava bem lotado; os guris levavam gibis para trocar com os outros. Passavam os filmes de "bang-bang" (ou de "mocinho") que faziam a delicia da gurizada. Eventualmente, o cinema apresentava também um seriado, passando 1 ou 2 capítulos em cada matiné.
Os filmes nacionais apresentados eram em sua grande maioria das produtoras Atlântida e Vera Cruz. Geralmente passavam nos fins-de-semana em 1 ou 2 sessões na mesma noite. Os filmes da Atlântida geralmente eram comédias (as chamadas populares "chanchadas") que tinham como pano de fundo , de modo geral, o carnaval carioca. Já os filmes da Vera Cruz eram dramas com o melhor elenco dos artistas nacionais tais como Tônia Carrero, Anselmo Duarte, Eliane Lage, Ilka Soares, Alberto Ruschell, etc., dirigidos por profissionais brasileiros e mesmo do exterior.
Logo da Atlântida | Logo da Vera Cruz |
As Produtoras
Apresentavam filmes das produtoras norte-americanas Columbia, Warner Brothers, Paramount, Universal, 20th. Century Fox, etc.
Além dessas apresentava filmes mexicanos distribuidos pela Pelmex, os italianos distribuidos pela Art Films e Lux Films e franceses distribuidos pela França Filmes, Lux Filmes e Fama Films.
Apresentavam filmes das produtoras norte-americanas Columbia, Warner Brothers, Paramount, Universal, 20th. Century Fox, etc.
Além dessas apresentava filmes mexicanos distribuidos pela Pelmex, os italianos distribuidos pela Art Films e Lux Films e franceses distribuidos pela França Filmes, Lux Filmes e Fama Films.
Faroestes Tipo B
Eram filmes apresentados no meio de semana ou nos matinés, pois não eram de longa duração (entre 1 hora e 1h e 30 min). Eram os chamados "filmes de mocinho", geralmente em preto e branco. Desse tipo de filme, me recordo os do Durango Kid, Johnny Mack Brown, Hopalong Cassidy, Allan "Rocky" Lane. Todos eles possuiam um um cavalo cujo nome era conhecido, ou dos filmes, ou dos gibis. Não me recordo de ter visto filmes do Roy Rogers (e o cavalo Trigger) e do Gene Autry (e Champion) nesse cinema.
Durango Kid e Raider | Rocky Lane e Banner | Johnny M. Brown e Reno (Rebel) | Hopalong Cassidy e Topper |
De igual modo, passavam filmes Faroeste coloridos, em que os "bandidos", geralmente, eram os indios (os pele-vermelhas) e os "mocinhos" eram os brancos. Depois dos indios, os "bandidos" passaram a ser os "mexicanos". Do mesmo modo, passavam muitos filmes de aventuras, os chamados de "capa e espada" tais como Gavião do Deserto, Ladrão de Bagdá bem como os filmes de "piratas" com o Errol Flynn, etc.
Em certa época passou tambem uma série de filmes intitulada Anjos da Cara Suja, em preto e branco. Eram filmes de média duração (até 1 hora), cada filme apresentava uma estória diferente. A cada semana ou 15 dias passava um novo filme da série. Essa série foi produzida a partir do sucesso do filme de mesmo nome (Anjos da Cara Suja, de 1938), estrelado por James Cagney, Humphrey Bogard, etc.
Evidentemente, nos matinés, acontecia aquela "gritaria" e "batida de sapatos no chão" sempre que os mocinhos saiam no encalço dos bandidos (indios ou mexicanos) ou os indios eram perseguidos pela cavalaria do exército, embalados sempre pelo som do corneteiro. No fim do filme era sempre a mesma história: o mocinho ficava (ou se casava) com a mocinha e os bandidos eram presos ou mortos. Sempre um final feliz.
Nota: As característiscas desses filmes eram as seguintes:
1) a "mocinha" era filha de um dono de um rancho, um cara "durão" que não gostava do "mocinho" e a mãe da "mocinha" não aparecia no filme, dando-se a entender que ela era sempre orfã ;
2) o chefe dos "bandidos" era geralmente o dono de um "saloon", andava sempre bem arrumado, com roupas boas, demonstrando ter dinheiro conseguido a base de falcatruas, seja explorando os pobres ou sendo chefe de um quadrilha que fazia assaltos;
3) o "mocinho" era um cara simples, bonitão, andava com roupas velhas e gastas, mas era honesto e bom atirador;
4) depois que começava o tiroteio, nunca faltava balas no revólver do "mocinho"; ele dava 20 a 30 tiros sem recarregar o revólver o que era uma loucura e
5) no final do filme, o "mocinho" sempre levava a melhor, ficava ou casava com a "mocinha" e os os bandidos morriam ou eram presos. Era um final feliz e todo mundo saía do cinema satisfeito.
Havia também os seriados, como o do Super-Homem, Batman, etc., tudo em preto e branco.
Anúncio do seriado do Super-Homem em um jornal da capital. |
Tem-se ainda a relembrar que em noite de ventos fortes (naquele época, ventava muito em Osório), a sessão de cinema era prudentemente cancelada ou, se já havia iniciada, era suspensa, haja vista que se tratava de um prédio de madeira. Felizmente, nunca aconteceu nenhuma tragédia, mas o barulho na estrutura de madeira era, por vezes, assustador durante a sessão.
Filmes Marcantes
(Os anos indicados se referem ao da produção do filme):
(Os anos indicados se referem ao da produção do filme):
Do cinema norte-americano tivemos: Sansão e Dalila (1949) e Luzes da Ribalta (1952).
Propaganda no Correio do Povo de 1952 |
Luzes da Ribalta |
Cinema Argentino
Tivemos o filme Deus Lhe Pague (1947) com Arturo de Cordova e Zulli Moreno que fez grande sucesso, filme baseado em uma peça homônima do autor teatral brasileiro Joracy Camargo. Na época se pensava que esse filme era mexicano, talvez por ser estrelado pelo Arturo de Córdova. Com base nos calendários dos anos 50 e do anúncio abaixo, eu presumo que esse filme deve ter passado em Osório em 10/Out/1953.
Nota: O anúncio da esq. foi cedido por Laboriou D'Avila.
Tivemos o filme Deus Lhe Pague (1947) com Arturo de Cordova e Zulli Moreno que fez grande sucesso, filme baseado em uma peça homônima do autor teatral brasileiro Joracy Camargo. Na época se pensava que esse filme era mexicano, talvez por ser estrelado pelo Arturo de Córdova. Com base nos calendários dos anos 50 e do anúncio abaixo, eu presumo que esse filme deve ter passado em Osório em 10/Out/1953.
Nota: O anúncio da esq. foi cedido por Laboriou D'Avila.
Cinema Mexicano
Os grandes sucessos foram os dramas que levavam os assistentes (principalmente as mulheres) às lágrimas tais como Direito de Nascer (1951) e Anjinhos Pretos (1948). De de igual modo fizeram sucesso outros dramas como Acapulco (1951).
Os grandes sucessos foram os dramas que levavam os assistentes (principalmente as mulheres) às lágrimas tais como Direito de Nascer (1951) e Anjinhos Pretos (1948). De de igual modo fizeram sucesso outros dramas como Acapulco (1951).
Anúncio no Correio do Povo (Out/1952) |
As Principais Atrizes
Cinema Mexicano eram: Maria Felix, Libertad Lamarque, Elsa Aguirre, Ninon Sevilla e Maria Antonieta Pons.
Cinema Mexicano eram: Maria Felix, Libertad Lamarque, Elsa Aguirre, Ninon Sevilla e Maria Antonieta Pons.
Maria Felix | Libertad Lamarque | Elsa Aguirre |
Ninon Sevilla | Maria Antonieta Pons |
Os Principais Atores
Arturo de Cordova, Pedro Infante, Jorge Negrete, Carlos Lopez Moctezuma e o comediante Mario Moreno (Cantinflas).
Arturo de Cordova, Pedro Infante, Jorge Negrete, Carlos Lopez Moctezuma e o comediante Mario Moreno (Cantinflas).
Arturo de Córdova | Pedro Infante | Jorge Negrete |
Carlos Lopez Moctezuma | Cantinflas |
Cinema Italiano
Os filmes geralmente eram bem mais "apimentados", por tratarem de temas "fortes" (de franco apelo sexual) para a época , por isso esses filmes eram impróprios (ou proibidos) para menores de 18 anos de idade. Entre esses, temos: Arroz Amargo (1949) e Amanhã Será tarde Demais (1949). Havia uma diferença entre filmes "impróprios" e "proibidos". Nos filmes "impróprios", permitia-se a entrada de jovens (entre 14 anos e 17 anos) desde que acompanhados pelos pais ou familiares. Se eram "proibidos", isso não era permitido.
Os filmes geralmente eram bem mais "apimentados", por tratarem de temas "fortes" (de franco apelo sexual) para a época , por isso esses filmes eram impróprios (ou proibidos) para menores de 18 anos de idade. Entre esses, temos: Arroz Amargo (1949) e Amanhã Será tarde Demais (1949). Havia uma diferença entre filmes "impróprios" e "proibidos". Nos filmes "impróprios", permitia-se a entrada de jovens (entre 14 anos e 17 anos) desde que acompanhados pelos pais ou familiares. Se eram "proibidos", isso não era permitido.
Arroz Amargo | Anúncio no Correio do Povo (Jul/1952) |
Outros Filmes de Sucesso
Coração Ingrato (1954) e As Duas Orfãs (1942), ambos do Cinema Italiano e O Pórtico da Glória (1953) do Cinema Espanhol, porém não me recordo se esses filmes foram no prédio de madeira ou já no cinema novo.
Coração Ingrato (1954) e As Duas Orfãs (1942), ambos do Cinema Italiano e O Pórtico da Glória (1953) do Cinema Espanhol, porém não me recordo se esses filmes foram no prédio de madeira ou já no cinema novo.
Anúncio da Folha da Tarde de 1954 | As Duas Orfãs | O Pórtico da Glória |
Os filmes nacionais apresentados eram em sua grande maioria das produtoras Atlântida e Vera Cruz . Haviam outras produtoras menores tais como a Flama. Os filmes produzidos pela Atlântida geralmente liberados pela censura, pois eram comédias "adocicadas" (as chamadas "chanchadas") que tinham como pano de fundo, de modo geral, o carnaval carioca.
Além dos comediantes "malandros" Oscarito e Grande Otello, os filmes contavam com Anselmo Duarte ( o mocinho), Cyll Farney (o galã), Eliana Macedo (a mocinha), José Lewgoy ( o vilão), ficando os numeros musicais com Adelaide Chiozzo (atriz e acordeonista), Ivon Cury (cantor e comediante) e outros cantores do rádio (Emilinha Borba, etc.).
Neste cinema foram apresentados, entre tantos outros, os seguintes filmes da produtora Atlântida em que a figura principal era o comediante Oscarito: Carnaval no Fogo (1949), Aviso aos Navegantes (1950) e Carnaval Atlântida (1953).
Tivemos também da Flama: Agulha no Palheiro (1952) e Tudo Azul (1952). Notas: 1) Os filmes da Atlântida eram distribuidos pela UCB (União Cinematográfica Nacional) e as Flama pela Unida Filmes. 2) Em alguns filmes, artistas do exterior foram convidadas para participar das "chanchadas''. P. ex., a mexicana Maria Antonieta Pons fez uma ponta em Carnaval Atlântida (1952). Anteriormente, a italiana Giana Maria Canale já havia participado do filme O Caçula do Barulho (1949).
Anúncio no Correio do Povo |
Outros filmes apresentados nesse cinema (os anos indicados são da produção do filme):
Winchester '73 (1950) | Ladrão de Bagdá (1940) |
O Gavião do Deserto (1950) |
A Montanha dos Sete Abutres (1951) | Samoa (1950 |
Sinfonia Amazônica (1953), Alice no País das Maravilhas (1951) e A Bravura de um Soldado (1953).
Nota: Este foi o 1o. desenho brasileiro | Alice no País das Maravilhas | A Bravura de um Soldado |
Filme Marcante
Sem dúvida foi O Ébrio (1946) com Vicente Celestino. Tratando-se de um filme um tanto antigo (1946), estranha-se que só foi passar em 1954/55 em Osório. Teria sido uma reprise? Penso que não.
Sem dúvida foi O Ébrio (1946) com Vicente Celestino. Tratando-se de um filme um tanto antigo (1946), estranha-se que só foi passar em 1954/55 em Osório. Teria sido uma reprise? Penso que não.
Cinemascope: Sistema de projeção em Cinemascope. Neste sistema o comprimento da tela é bem maior do que a sua altura (proporção de 2,55:1) . Uma lente especial (anamórfica) colocada em frente ao projetor proporcionava uma imagem "espichada" na tela. Abaixo temos uma ilustração de como o sistema funcionava: à esquerda temos a imagem compactada no fotograma (filme) e à direita, a mesma imagem projetada na tela, depois de passar pela lente anamórfica.
Dentre os filmes nacionais: O Petróleo é Nosso (1954), O Golpe (1955) e Sinfonia Carioca (1955).
Já os filmes da Vera Cruz eram dramas com temas nacionais com o melhor que havia de artistas dramáticos nacionais tais como Tônia Carrero, Anselmo Duarte, Eliane Lage, Ilka Soares, Alberto Ruschell, Cacilda Becker, Marisa Prado, etc. Desse estúdio sairam também três comédias com o comediante "caipira" Mazzaroppi. Já os diretores eram profissionais bem conceituados no cenário cinematográfico, entre eles os brasileiros Lima Barreto e Abilio P. de Almeida e os oriundos do exterior como Tom Payne, Luciano Salce e Adolfo Celi. Entre os filmes apresentados tivemos: Tico-Tico no Fubá (1952), Uma Pulga na Balança (1953), O Cangaceiro (1953) e Sinhá Moça (1953) .
Nota: Os filmes da Vera Cruz atualmente são distribuidos pela Columbia Pictures ou Universal Filmes.
Filmes do Exterior (ou "estrangeiros" como se chamava)
Os filmes abaixo são todos norte-americanos, embora alguns posters estejam em lingua francesa, espanhola ou italiana:
Salomé (1953) | Spartacus (1960) | A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956) |
Alexandre, o Grande (1956) | Quanto Mais Quente Melhor (1959) | A Ponte do Rio Kwai (1957) |
Os Vikings (1958) | Os Brutos Também Amam (1953) | Acorrentados (1958) |
Trapézio (1956) |
Fatos Pitorescos
Promoção de Picolés nas Matinês: Neste cinema, em certa época o Nilo Martins teve um bar e sorveteria no saguão do cinema, incluindo mesas para sentar. Em determinado momento, o Nilo fez uma promoção durante para os matinés. Quem comprava picolé e fosse sorteado com o palito marcado, ganhava ingresso grátis. Essa promoção fez muito sucesso, pois aumentaram as vendas de picolés e alguns felizardos entravam sem pagar . E o mais incrível de tudo, o Nilo não era miserável, pois não era extremamente dificil encontar palitos marcados.
Som dos Filmes para a Praça: Alguns cinemas possuiam auto-falante no prédio apontado para a Praça que anunciava os filmes e reproduzia músicas antes das sessões. Isso criava um fato inusitado. Outro fato inusitado, era que depois que começada a sessão, às vezes, o projetista do filme esquecia de desligar o auto-falante e quem estava na praça ficava ouvindo o som e os diálogos (geralmente em lingua estrangeira) que ocorriam no filme. Isso durava as vezes por 15 -20 minutos, até alguem se lembrar de desligar o auto-falante.
Um Filme Polêmico: Neste cinema, foi apresentado o filme Esquina da Vida que tratava de sexualidade de modo científico, porém de modo franco e real. Era um filme que chocava os mais conservadores, inclusive, mostrando, pela 1a. vez, o relacionamento sexual entre adultos e o nascimento (parto) de uma criança. Esse filme , proibido para menores de 18 anos, teve duas sessões separadas: uma para homens e outra para as mulheres, conforme indica o anúncio abaixo de um cinema de Porto Alegre.
Anúncio na Folha da Tarde de 1954 |
Textos adaptados e Arquivos: Carlos Adib