sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os Bons Tempos do Cinema

Cinema, a realidade do sonho
Os filmes chegavam a Porto Alegre até a década de 1940 de navios que vinham do Rio de Janeiro, depois de avião, via Varig ou Panair.
Os filmes vinham no compartimento de bagagens  em latas metálicas cilíndricas  medindo uns 30  cm de altura por uns 40 cm de diâmetro (lata deitada). Cada  uma  dessas  latas possuía no seu interior   várias  bobinas,  cada uma delas com um trecho  do filme. Ver imagem abaixo que mostra um tipo dessas  latas (com 8  faces).  Outras latas  eram completamente cilíndricas, não tendo  faces como  as  indicadas abaixo. Do aeroporto, porto, estação rodoviária, as latas eram   transportadas por um adulto até  o  cinema  por  carrinho de mão visto que o cinema ficava perto (2 quadras)  da estação rodoviária.  
Nota:  Esse mesmo filme, que vinha dentro de 3 ou 4  latas, iria ser formatado de tal maneira que poderia caber em um simples disco de  12 cm de diâmetro (os nossos conhecidos DVDs) para ser visto em um televisor (ou monitor de computador)  dentro de nossas casas.

Latas de transporte de filmes

Antes do inicio dos filmes, enquanto os assistentes iam  chegando,  era  ouvida  música  em baixa altura, geralmente  orquestral.  Entre as que tocavam, Noites Nos Jardins  da  Espanha   e  Fumaça  em   Teus   Olhos (Smoke Gets in Your Eyes). 
O som do grande gongo tocava, era o início.    
A cortina  em frente à  tela era  composta por duas partes.  Havia um momento  em que tocava-se   música bem conhecida  (que era o timbre musical) indicativo do inicio da sessão. Então  retraiam-se   as cortinas e as luzes eram apagadas paulatinamente.  
As sessões eram iniciadas  por um  jornal  de   notícias (noticiário). Pelo que me consta,  o  mais  conhecido, o   Atualidades Francesas,   já era apresentado nesse prédio de madeira  e continuou depois no prédio novo. 
Geralmente a sequência de filmes em uma sessão  era a seguinte: 
1) um jornal de noticias, 
2)  um desenho (Pato Donald, Tom e Jerry, etc.), 
3)  um ou  mais "trailers"  de  filmes  e   
4) o filme do dia.  
As vezes, passava  um filme de curta-metragem (um "short", como se chamava) entre  a sequência 3 e 4.   Quando  o filme  arrebentava  durante a sessão, as  lâmpadas se acendiam e   fazia-se um intervalo (5 a 10 minutos) até o projetista  recortar, colar  e rebobinar o filme.  Nessas ocasiões, os fumantes aproveitavam  para sair e   fumar no saguão; os "baleiros"  apareciam  vendendo   balas de goma ou as conhecidas  "azedinhas"  da  Neugebauer,   chocolates,  etc.  Esses baleiros  vendiam   também  os   populares "cartuchos" (amendoins  com cobertura de um caldo  açucarado, colocado dentro de um funil  de  papel, ás vezes,  feito de jornal).  Não me recordo se  nesse  cinema havia  sanitário ("toilete").   Eventualmente,  se   alguém  fumava durante a sessão,  era  "solicitado" pelos proprietários  a apagar  o cigarro.  Sempre tinha algum "gaiato" para denunciar o fumante  ou  então  soltar  uma "piadinha"  durante a sessão.  As vezes, quando faltava luz na cidade  e essa   demorava a voltar, alguém  da direção vinha com uma lanterna  para  orientar  as pessoas a sairem da sala.  No meio da semana à noite, passava muito filme de  faroeste   (ver abaixo), e nos fim-de-semana,  os filmes  eram geralmente dramas ou comédias nacionais que faziam grande  sucesso. 
Nas  matinés dos domingos  o cinema ficava bem  lotado;  os guris  levavam    gibis para trocar  com  os outros. Passavam  os filmes de "bang-bang" (ou de "mocinho")   que faziam a delicia da gurizada. Eventualmente,  o cinema apresentava também  um  seriado, passando 1  ou 2  capítulos  em cada matiné. 
Os  filmes nacionais   apresentados eram em sua grande  maioria    das produtoras  Atlântida e  Vera Cruz.  Geralmente passavam nos fins-de-semana em 1 ou 2 sessões na mesma noite.   Os filmes da    Atlântida  geralmente  eram  comédias (as  chamadas populares  "chanchadas")  que  tinham    como pano de fundo , de  modo geral,  o carnaval carioca.  Já  os   filmes  da   Vera Cruz     eram  dramas   com  o melhor   elenco dos   artistas nacionais tais como Tônia Carrero, Anselmo Duarte,  Eliane Lage, Ilka Soares, Alberto Ruschell,  etc.,  dirigidos  por  profissionais  brasileiros e mesmo do exterior.


Logo da   Atlântida
        Logo da Vera Cruz        
                                                                                                                                                                                                          
As Produtoras
Apresentavam  filmes  das    produtoras  norte-americanas   Columbia,  Warner Brothers,  Paramount,  Universal,  20th. Century Fox, etc.  
Além dessas apresentava  filmes mexicanos  distribuidos pela Pelmex,  os   italianos distribuidos pela Art  Films e Lux Films  e  franceses  distribuidos pela  França Filmes, Lux  Filmes e Fama Films.   


Faroestes Tipo B
Eram filmes apresentados  no   meio de semana ou nos  matinés, pois não  eram de longa duração (entre 1 hora e 1h e 30 min). Eram os chamados  "filmes  de mocinho",   geralmente    em  preto e branco.  Desse tipo de filme,    me recordo os  do    Durango Kid,    Johnny Mack Brown,  Hopalong  Cassidy,  Allan "Rocky"  Lane. Todos eles  possuiam um um  cavalo cujo nome era conhecido, ou dos filmes, ou dos gibis. Não me recordo de ter visto filmes   do  Roy  Rogers (e o  cavalo Trigger) e  do   Gene Autry (e  Champion)  nesse cinema. 

Durango Kid  e  Raider
Rocky Lane e  Banner 
              Johnny M. Brown e Reno   (Rebel)
                Hopalong Cassidy e Topper 
                                                                                  
De igual modo, passavam filmes Faroeste coloridos, em que os "bandidos", geralmente, eram os indios (os pele-vermelhas)  e os "mocinhos"  eram  os  brancos.  Depois dos indios,  os "bandidos"  passaram a ser os "mexicanos".   Do mesmo modo, passavam muitos    filmes de aventuras, os chamados de  "capa e espada"   tais como  Gavião do Deserto, Ladrão de Bagdá   bem como  os filmes de "piratas" com o  Errol  Flynn, etc.     
Em certa época  passou  tambem uma série de filmes   intitulada  Anjos da Cara Suja, em preto e branco. Eram filmes  de média duração (até 1 hora), cada filme  apresentava  uma estória diferente.  A cada semana ou  15 dias   passava um novo filme da série.  Essa série foi   produzida  a partir  do  sucesso do   filme de mesmo nome (Anjos da Cara Suja,  de 1938)  estrelado por James Cagney, Humphrey Bogard, etc.    
Evidentemente, nos matinés, acontecia  aquela "gritaria" e "batida de  sapatos no chão"  sempre  que   os mocinhos saiam no encalço dos bandidos (indios ou mexicanos) ou  os  indios eram perseguidos pela  cavalaria do exército, embalados sempre  pelo som do corneteiro.  No fim do filme era sempre a mesma história:  o mocinho ficava (ou se casava)   com a mocinha e os bandidos eram presos ou mortos. Sempre um final feliz.   
Nota:   As característiscas  desses filmes  eram as seguintes:
1)   a  "mocinha"    era filha  de  um dono de um rancho, um  cara "durão" que não gostava do "mocinho" e  a mãe da  "mocinha"  não aparecia no filme, dando-se   a entender que ela  era sempre  orfã ; 
2) o chefe dos  "bandidos"   era geralmente o  dono de um "saloon", andava sempre bem arrumado,  com roupas boas, demonstrando ter dinheiro conseguido a base de falcatruas, seja explorando os pobres ou sendo  chefe de um quadrilha que fazia assaltos;    
3) o  "mocinho"   era um cara  simples, bonitão, andava com roupas velhas e gastas, mas era honesto e  bom atirador;    
4) depois que começava o tiroteio, nunca   faltava balas no revólver do "mocinho"; ele dava 20  a  30 tiros sem recarregar o revólver o que  era uma loucura   e  
5) no final do filme,  o "mocinho" sempre levava a melhor, ficava  ou  casava com  a "mocinha" e os os  bandidos morriam ou eram presos. Era  um  final  feliz e todo mundo saía do cinema  satisfeito.   
Havia também os seriados, como   o  do  Super-Homem,  Batman, etc.,  tudo em preto e branco.


Anúncio do seriado do Super-Homem em um jornal da capital. 

Naquele tempo,  os filmes estrangeiros   levavam cerca   de  1 a   2   anos para serem apresentados  no Brasil, depois de lançado no país de  origem,  bem diferente do que é agora .  E  os  filmes   somente    iam   para  os  cinemas  do   interior,   depois de  terminar  suas  apresentações  nos cinemas de  Porto Alegre.    Essa era a regra.  
Tem-se ainda a  relembrar  que em noite   de  ventos   fortes (naquele época, ventava muito em Osório), a sessão de cinema   era  prudentemente   cancelada  ou, se já havia iniciada,  era  suspensa,  haja vista  que se tratava   de um prédio de madeira.   Felizmente, nunca aconteceu nenhuma tragédia,   mas o barulho na estrutura de  madeira  era, por vezes, assustador durante a sessão.

Filmes Marcantes
(Os anos indicados se referem ao  da   produção do  filme): 
Do cinema  norte-americano tivemos: Sansão e Dalila (1949) e Luzes da Ribalta (1952)

Propaganda no Correio do Povo de 1952     
                             
                                                                                                                               
     Luzes  da Ribalta 
                                                                                                                                                                                                         Cinema Argentino
Tivemos o filme Deus Lhe Pague (1947)  com Arturo de Cordova e Zulli Moreno que fez grande sucesso, filme  baseado em uma peça homônima  do autor teatral  brasileiro Joracy Camargo.  Na época se pensava que esse filme era mexicano, talvez  por ser estrelado pelo  Arturo de Córdova. Com base  nos   calendários dos anos 50 e do anúncio abaixo, eu presumo que esse filme deve ter passado em Osório em 10/Out/1953.   
Nota: O anúncio da esq. foi cedido por Laboriou D'Avila.
  
                                                                   
Cinema Mexicano
Os  grandes sucessos  foram  os  dramas  que levavam  os assistentes (principalmente as mulheres)  às lágrimas tais como  Direito de Nascer (1951) e   Anjinhos Pretos (1948). De   de igual modo  fizeram sucesso  outros   dramas  como  Acapulco (1951).
   
                                                                                   
                                              


   
                                                   Anúncio no Correio do Povo (Out/1952)                                                                   
                                                                                                                                           

As Principais Atrizes
Cinema Mexicano eram: Maria Felix,  Libertad Lamarque, Elsa Aguirre, Ninon Sevilla e Maria Antonieta Pons.   
Maria Felix     
 Libertad Lamarque   
Elsa Aguirre           
                                                                                                                                         
Ninon Sevilla       
            Maria Antonieta Pons                
                                                            
Os Principais Atores
Arturo de Cordova, Pedro Infante,  Jorge Negrete, Carlos Lopez Moctezuma e o comediante  Mario Moreno (Cantinflas). 

Arturo de Córdova  
Pedro Infante 
 Jorge   Negrete    
                                                     
    Carlos Lopez Moctezuma      
                  Cantinflas                
                                                                                                                                                                                                                                            
Cinema Italiano
Os  filmes  geralmente eram bem mais "apimentados", por tratarem de temas "fortes" (de   franco apelo sexual)  para a época ,  por isso  esses filmes  eram   impróprios (ou proibidos)  para menores de  18 anos  de  idade. Entre esses, temos:   Arroz Amargo (1949)  e   Amanhã Será tarde Demais (1949).   Havia uma diferença entre filmes "impróprios" e "proibidos". Nos  filmes  "impróprios", permitia-se a entrada de   jovens (entre  14  anos e 17 anos)   desde que acompanhados pelos pais  ou   familiares.  Se eram "proibidos",  isso  não era  permitido. 
   
Arroz Amargo  
Anúncio  no Correio do Povo (Jul/1952) 
                                                                                                                                                                                                                                            
Outros Filmes de Sucesso
Coração Ingrato (1954) As Duas Orfãs (1942), ambos  do Cinema Italiano e O Pórtico da Glória (1953) do Cinema Espanholporém não me recordo se esses filmes foram no prédio de madeira ou   já no cinema novo.
Anúncio da Folha da Tarde de 1954  
As Duas  Orfãs
O Pórtico da Glória 
                                                                                                                                                                           
Filmes Nacionais
Os filmes nacionais apresentados eram em sua grande maioria das produtoras Atlântida e Vera Cruz .  Haviam outras produtoras menores  tais como a  Flama. Os filmes  produzidos  pela   Atlântida  geralmente  liberados pela censura, pois   eram  comédias  "adocicadas"  (as  chamadas "chanchadas")  que  tinham    como pano de fundo,   de  modo geral,  o carnaval  carioca.  
Além dos  comediantes "malandros"    Oscarito e  Grande Otello,  os filmes contavam com  Anselmo Duarte ( o mocinho),   Cyll  Farney (o galã),   Eliana Macedo (a mocinha),  José Lewgoy ( o vilão),  ficando os numeros musicais  com Adelaide Chiozzo (atriz e  acordeonista), Ivon Cury (cantor e comediante)  e outros cantores do rádio (Emilinha Borba, etc.).  
 Neste cinema foram  apresentados, entre tantos outros,  os seguintes filmes da produtora  Atlântida em que a figura principal era o comediante   Oscarito: Carnaval no Fogo (1949), Aviso aos Navegantes (1950)   e  Carnaval Atlântida (1953). 
Tivemos também  da  Flama:  Agulha no Palheiro (1952) e  Tudo Azul  (1952).  Notas: 1)  Os filmes da Atlântida eram  distribuidos pela UCB (União Cinematográfica Nacional) e as  Flama pela Unida Filmes. 2) Em alguns filmes,  artistas do exterior foram convidadas para  participar das "chanchadas''.  P. ex., a   mexicana Maria Antonieta Pons  fez uma ponta em  Carnaval Atlântida (1952).  Anteriormente, a italiana  Giana Maria Canale já havia  participado do filme O  Caçula do Barulho (1949). 
                                
Anúncio no Correio do Povo 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
 Outros  filmes  apresentados nesse cinema (os anos indicados são da produção do filme):
                                   
Winchester '73 (1950)   
       Ladrão de Bagdá  (1940) 
                                    
O  Gavião  do Deserto (1950)      


A Montanha dos Sete Abutres (1951)  
                     
Samoa  (1950
                                                                                                                                                                                            
Sinfonia Amazônica (1953),  Alice no País das Maravilhas (1951) e  A Bravura de um Soldado (1953).

    Nota: Este foi o 1o. desenho  brasileiro
Alice no País das  Maravilhas
          A Bravura de um Soldado           
                                                 
Filme Marcante
Sem dúvida foi O Ébrio (1946) com Vicente Celestino. Tratando-se de um filme um tanto antigo (1946), estranha-se que só foi passar em 1954/55  em Osório. Teria sido uma  reprise? Penso que não. 

                                                
                                               
Cinemascope: Sistema de projeção em CinemascopeNeste sistema o comprimento   da  tela  é  bem  maior do   que  a sua  altura (proporção de 2,55:1) . Uma lente especial (anamórfica)  colocada  em frente ao projetor proporcionava     uma    imagem  "espichada" na tela.    Abaixo  temos uma  ilustração  de como o  sistema funcionava:  à  esquerda  temos   a imagem  compactada  no fotograma (filme) e  à  direita,   a mesma  imagem   projetada na tela, depois de passar  pela  lente anamórfica.  

               

Dentre os filmes  nacionais: O Petróleo é Nosso (1954),   O Golpe (1955)   e  Sinfonia Carioca (1955)


Já  os   filmes  da   Vera Cruz     eram   dramas  com temas nacionais    com  o melhor  que havia  de    artistas dramáticos  nacionais tais como Tônia Carrero, Anselmo Duarte,  Eliane Lage, Ilka Soares, Alberto Ruschell,  Cacilda Becker, Marisa Prado, etc.  Desse  estúdio sairam  também três  comédias  com o comediante "caipira"    Mazzaroppi.    Já os   diretores eram  profissionais  bem  conceituados no cenário cinematográfico, entre eles os  brasileiros   Lima Barreto  e  Abilio P. de Almeida   e   os  oriundos   do exterior como Tom Payne,   Luciano Salce  e  Adolfo Celi.  Entre os   filmes apresentados tivemos:  Tico-Tico no Fubá (1952),  Uma Pulga  na Balança  (1953),   O  Cangaceiro  (1953) e    Sinhá Moça (1953)  .      
Nota Os filmes da Vera Cruz atualmente  são    distribuidos pela Columbia Pictures ou Universal Filmes.  

                                                   
Filmes do Exterior (ou "estrangeiros" como se chamava)                               
Os filmes abaixo são todos norte-americanos, embora alguns posters estejam em lingua francesa,  espanhola ou italiana:

  Salomé (1953)       
Spartacus (1960) 
A Volta ao Mundo em 80  Dias (1956)
                                                         
     Alexandre, o Grande  (1956)     
Quanto Mais Quente Melhor (1959)     
 A Ponte do Rio  Kwai (1957)
                                                                                                                           
Os Vikings  (1958)     
Os Brutos Também Amam (1953)   
Acorrentados (1958)  
                                                                                                
   
Trapézio (1956) 
        
Fatos Pitorescos 
Promoção de Picolés nas Matinês:   Neste cinema, em certa época  o Nilo  Martins teve um bar e   sorveteria no saguão do cinema, incluindo mesas para sentar.  Em determinado momento,  o   Nilo  fez    uma  promoção  durante   para  os   matinés.  Quem comprava  picolé  e  fosse sorteado  com o palito  marcado, ganhava ingresso grátis.  Essa promoção fez muito sucesso, pois aumentaram as vendas de picolés e  alguns felizardos  entravam  sem  pagar . E  o mais  incrível de tudo,  o Nilo não era  miserável,  pois não era  extremamente  dificil  encontar  palitos  marcados.    

Som  dos  Filmes  para  a Praça: Alguns cinemas possuiam auto-falante  no prédio  apontado  para a Praça que anunciava os filmes e reproduzia músicas antes das sessões.  Isso criava  um  fato inusitado. Outro fato inusitado, era que  depois que começada a sessão, às vezes,  o  projetista do filme esquecia de desligar o auto-falante  e quem estava na praça  ficava  ouvindo o som e os diálogos (geralmente em lingua estrangeira) que ocorriam no filme.  Isso durava as vezes  por 15 -20 minutos,  até  alguem  se lembrar de desligar o auto-falante. 

Um Filme Polêmico Neste cinema, foi apresentado  o filme Esquina da Vida que tratava  de   sexualidade  de modo científico,  porém de modo   franco e real.  Era  um  filme que chocava os mais conservadores, inclusive,  mostrando,  pela 1a.  vez,  o relacionamento sexual  entre adultos  e o  nascimento (parto)  de uma criança.  Esse filme , proibido para menores de 18 anos,  teve duas sessões separadas: uma  para homens e outra para as mulheres, conforme  indica o anúncio abaixo de um cinema de Porto Alegre. 
Anúncio na Folha da Tarde  de 1954  
                                                                                                       
Textos adaptados e Arquivos: Carlos Adib                  



Nenhum comentário:

Postar um comentário